quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O pobre mais rico


Era uma quarta-feira, quando cheguei à sala de aula muito feliz por ter feito um texto sobre esporte, algo que não domino. Imediatamente, fui mostrar à professora na expectativa de ouvir que o texto estava uma maravilha, excelente. Enquanto aguardava a correção, distraí-me com o conteúdo da internet. Quando menos esperei, ouvi:

- Karen, é a sua vez, vamos corrigir o seu texto, disse a professora.

Pensei comigo, agora vai! Está tudo certo, vamos partir para outra. Perguntei quais os mecanismos para desenvolver um texto narrativo, que tema eu poderia utilizar. Mas, antes de responder como eu faria o próximo trabalho, a professora sentou ao meu lado e mostrou-me os pontos que eu precisava corrigir no meu texto sobre esporte. Fiquei feliz pelo título que a professora aprovou, mas achei que seria um trabalhão corrigir algo de que eu não dominava. No fim, deu tudo certo. Eu fiz o melhor que pude.

Sobre o texto narrativo, ao final da correção, a professora me deu tema livre. Fácil. Foi o que imaginei. Logo, comecei a pensar em um para desenvolver uma boa pauta sobre cultura. Nada me veio à mente, por isso comecei a procurar sugestões entre meus colegas de trabalho. Ouvi diversas sugestões das quais não me agradei. Ouvi falar de uma exposição de arte que acontecia em um hospital e me animei. Senti vontade de conhecer, vivenciar e admirar aquela riqueza de detalhes, mas não deu certo, pois a exposição estava acabando naquela semana, e por causa do trabalho, não daria tempo de visitar aquela maravilha que vi em apenas pelo Instagram.

Não perdi a esperança e continuei procurando uma pauta da qual valesse a pena escrever De repente, uma ideia, Santana do Parnaíba. E por que não visitar aquela cidade histórica no objetivo de extrair algo construtivo e mostrar as riquezas de detalhes daquelas casas construídas há anos e que não podem ser demolidas devido ao seu valor cultural?

Achei que minha pauta estava fechada até o momento em que acompanhei uma colega de trabalho num compromisso. Era um local totalmente fora de mão do meu destino para casa, além do forte sol e calor que faziam naquela tarde.

Não tinha noção da onde estava indo, mas a vontade de conhecer mais da minha São Paulo era mais forte. Valeria pela aventura. Chegamos ao destino final, a estação Clínicas, do Metrô. Por alguns minutos, nos perdemos nas diversas saídas daquele labirinto, mas, finalmente, conseguimos sair.
Conforme caminhávamos, algo me roubou a atenção. Olhei por alguns minutos e me encantei. Era a exposição ‘Memórias da Rua’, do fotógrafo Português, Miguel Castello. Ela retrata a vida de moradores de rua. Naquele instante, Santana do Parnaíba ficou para trás. José Aparecido Marquetto, morador de rua há 27 anos, um dos personagens, me atraiu a atenção. Li seu depoimento abaixo da foto exposta. Naquelas palavras que demonstravam força diante da situação em que vivia, pude enxergar a alma daquele senhor, que apesar da dura condição de vida, demonstra ser rico pela experiência e o amor à vida, que carrega.

Riqueza em meio à pobreza

Após presenciar aquelas imagens tão bem retratadas sobre os moradores de rua, fiquei mais vulnerável, sensível à situação das pessoas que vivem nas ruas. Por onde ando, observo tudo que passa diante dos meus olhos. Na semana passada, estive na estação da Sé, onde avistei várias pessoas que moram nas ruas. Lembrei-me das imagens da exposição, presas em minha mente. Senti a dor de não entender o porquê de tantas pessoas naquela condição. De dentro do ônibus, em meio a tanta gente, enxerguei um homem em uma cadeira de rodas e observei os inúmeros edifícios em redor. “Quanta pobreza diante de tanta riqueza”. Esse era o meu pensamento.

Uma lição de vida


Em meio à dor do que os meus olhos enxergavam, carregava comigo a lembrança daquele jovem senhor retratado naquela foto, cujas mãos estavam sobre a cabeça, como se estivesse preocupado. Imagem que ficou desenhada em minha mente. Acredito que tenha sido uma mensagem, uma lição de vida. Por dias ela ficou em meus pensamentos e imagino que em outras mentes também, pois ao passar na estação Barra Funda, tornei a ver aquela imagem. Estava grafitada no muro da estação, provavelmente, por algum artista que vivenciou o mesmo que eu. Alguém que, como eu, absorveu a mensagem daquele moço, que ansiava em deixar uma lição de vida, através do seu otimismo e desejo de amar a vida.



Karen Salvador

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Eu não sou descarga!

O título parece estranho, engraçado e até chamativo, se consegui chamar sua atenção para clicar no link e acessar meu blog está comprovado que você achou curioso (a) eu ter dado esse título ao texto.  Bom, foi a intenção, rs.

Se não gostou da brincadeira, tudo bem. Sou assim mesma, gosto de descontrair, tá certo que nem sempre agradamos a todos, mas pelo menos conseguimos dar humor a vida e fazer alguém sorrir.

Observando a vida percebi que muitas vezes nos tornamos descarga. Talvez você pergunte: Hum? O que? Descarga?

Sim, descarga! Aquele botãozinho do vaso sanitário que sempre apertamos após defecarmos. Sabe qual é? Então, ele mesmo.

Ao darmos descarga tudo que é sujeira vai para algum lugar. E, já parou para pensar para onde estas ‘bostaiadas’ vão?  Talvez na sua cabeça essa seja a pergunta mais idiota que já ouviu, pois é lógico que elas vão para o esgoto, que vai para os rios e depois pro tiete, eca que nojo... Pois bem, se você acha que nossas fezes e urinas são nojentas, elas ainda podem ficar piores!

Agora, pare e pense: Quantas vezes em nosso dia-a-dia permitimos que nossos ouvidos se tornem descarga de tudo quanto é tipo de nojeiras? Quer exemplo? Você acorda e logo ouve alguém falando mal da vizinha, a vizinha fica sabendo por outra vizinha que logo vai reclamar no seu ouvido, você por sua vez não aguenta e logo passa a conversa adiante... E assim o assunto vira uma sujeira só, um monte de bosta e xixi misturado em um único lugar.

Desculpe-me, se, se sentiu ofendido (a) com as palavras que utilizei para definir a fofoca, mas não vejo outra maneira de definir essa sujeira que acaba com a paz de qualquer um que se envolve com ela.


Definitivamente eu odeio fofoca. Há quem goste e eu respeito, mas não me faça de vaso sanitário, nem tão pouco de descarga!!!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Sem limites para sonhar!

Crédito da foto: Luana Oliveira

Geralmente o que atrai um estudante ao ingressar na faculdade de jornalismo é uma paixão, talvez pensando nas editorias de esporte, cultura, política ou economia. Clébio Cavagnolle Cantares, por sua vez, foi induzido ao jornalismo por uma paixão incomum.

Clébio Cavagnolle, 32 anos, estudou jornalismo em duas instituições: Universidade Nove Julho (UNINOVE) e Cásper Libero. Antes mesmo de se formar já exercia a profissão. Trabalhou em veículos como: jornal O Estado de S Paulo (Estadão), TV Brasil, TV RIT (Rede Internacional de Televisão) e atualmente é ancora do Jornal Hora News na Rede Record News.

Crédito da foto: Luana Oliveira
Cavagnolle já viveu muitas experiências, inclusive fora do jornalismo. Trabalhou na área de eventos, como mestre de cerimônia e em campanhas políticas. O jornalista ressalta que tudo o que fez serviu como base para sua vida, as circunstâncias, coisas do acaso, que para ele são “coisas de Deus”, pois acredita que Ele sempre coloca essas coisas em nossos caminhos para nos preparar.

Clébio não acredita que um jornalista deva limitar-se à sua especialidade, para ele, um bom profissional deve estar sempre atento a tudo o que acontece no mundo que o cerca, algo que faz diariamente. Ele lê muito, até jornais de outros estados do Brasil e também de outros países.

Numa coletiva realizada na Universidade Nove de Julho, pôde falar de cultura à política, com segurança e opiniões claras. Compartilhou um pouco de suas experiências, uma delas foi à cobertura da queda do avião do ex-candidato à presidência, Eduardo Campos. Clébio relatou ter assumido o jornal às 13horas e foi quase sem pausas, até 21 horas. “Sem arredar o pé, sai três vezes durante 10 minutos para ir ao banheiro porque ninguém é robô. Mas fazer uma cobertura de sete horas, ao vivo, com links constantes é uma maluquice”, disse.

“Nós temos uma equipe reduzida, alguém tinha de fazer, por outro lado, quando acabou, eu disse, Nossa! Mas já? Porque no calor das coisas, você não sente o tempo passar, pois tem prazer no que você faz”, acrescentou o apresentador.

Ao fim da coletiva, após ter respondido todas as perguntas feitas pelos estudantes, Clébio deixou a seguinte mensagem: “Espero que vocês nunca tenham feito isso. Escolher uma área, uma empresa ou determinado segmento dentro da carreira, pensando em dinheiro ou glamour. Pensem naquilo que vocês mais gostam, algo prazeroso. Talvez tivesse ganho até mais dinheiro se na época tivesse construído minha carreira dentro do banco , do que hoje na Record, mas eu escolhi aquilo que me dá prazer. Eu sabia que ficar oito horas em frente a uma tela de computador não era para mim, agora ficar oito horas em frente a uma câmera, eu consigo. Para mim parece que se passaram apenas 10 minutos”. 


As palavras acima saem da boca de Clébio, com uma objetividade que não pode ser fingida. É um legitimo cidadão, cheio de humanidade e é esse caráter que emerge o seu trabalho jornalístico. Nesse momento conheci não apenas o jornalista engajado, mas o cidadão real, com motivos que vão além da ética profissional.

Por: Luana Oliveira
(7º Semestre de Jornalismo Uninove)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Reinaldo Gottino: " Não virei apresentador de televisão do dia para noite"


Reinaldo Gottino - foto extraída do google
Torcedor declarado da Sociedade Esportiva Palmeiras e apaixonado por rádio. O brilhante locutor, escritor, repórter e apresentador Reinaldo Gottino (37), iniciou sua carreira atendendo telefone na rádio CBN, do Sistema Globo de Rádio, aos 15 anos de idade. Na época, foi o mais jovem âncora da emissora e também o mais jovem apresentador de “O Globo no Ar”.

No mesmo período trabalhou na Rede Gazeta, participando dos programas “Mesa Redonda” e “Gazeta Esportiva”. Ele é formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado pela Cásper Libero.

Na Rede Record já esteve à frente de vários telejornais, como o "Cidade Alerta", "SP Record Notícias", "Esporte Fantástico" e "SP Record" – o boletim de notícias do dia dentro do "Tudo a Ver". Ele também apresentou um quadro do "Balanço Geral SP" chamado "Povo Sofre", em que ganhou destaque internacional por ajudar a salvar a vida de um garoto que teve convulsão em frente a um hospital.

Em 2004, fez a cobertura dos Jogos Paraolímpicos em Atenas, tornando-se um incentivador do esporte paraolímpico no Brasil. Em 2011, foi um dos narradores da Rede Record nos Jogos Panamericanos de Guadalajara, e durante as Olimpíadas de Londres, em 2012, narrou a competição pela Record News.

 Atualmente, Reinaldo Gottino, com seu jeito espontâneo de ser, comanda o "Balanço Geral SP", alavancando ótimos índices de audiência. Nesta entrevista, o jornalista conta os caminhos trilhados para chegar aonde chegou, além de deixar uma mensagem aos jovens que desejam seguir carreira na profissão.

Karen Salvador: Por que você decidiu estudar jornalismo?

REINALDO GOTTINO:  Eu decidi fazer jornalismo porque me apaixonei pelo rádio primeiramente. Eu gostava muito de ouvir programas no rádio e futebol.

KS: Quais foram suas maiores dificuldades durante a carreira?

REINALDO GOTTINO:  Ouvir muitos nãos. Tem que se acostumar.

KS: Você iniciou a sua carreira no Sistema Globo de Rádio e foi o mais jovem apresentador de "O Globo no Ar". Como isso aconteceu?

REINALDO GOTTINO:  Eu comecei no rádio com 15 anos, atendendo telefone, sorteando prêmios. Um dia o locutor faltou e eu entrei e fiz o programa, e a rádio me contratou para ficar de madrugada fazendo o programa. Aí eu fui trabalhar na CBN, que é do Sistema Globo de Rádio, onde fui o mais jovem âncora e também o mais jovem apresentador de "O Globo no Ar".

KS: Como foi a transição do rádio para a tevê? Você sempre sonhou trabalhar em frente às câmeras ou aconteceu naturalmente?

REINALDO GOTTINO:  Não. Eu gostava de trabalhar no rádio. Nunca sonhei trabalhar em frente às câmeras. Mas onde eu trabalhava tinha rádio e televisão, e um apresentador da tevê ia sair candidato e tinha que sair do ar por 3 meses antes da eleição, foi quando me chamaram para ficar no lugar dele. Eu fui fazer tevê e me apaixonei.

KS: Como você encarou a responsabilidade de pegar um programa como o "Balanço Geral", na TV Record, que sempre teve ótimos índices de audiência?

REINALDO GOTTINO:   Eu encaro como um trabalho, um desafio como outro. Tem que vir aqui todos os dias e fazer o melhor.

KS: No ao vivo muitas vezes é preciso improvisar. Qual o segredo para improvisar bem no ar?

REINALDO GOTTINO:   Acho que consigo improvisar por causa do rádio. Ter passado pelo rádio me ajudou a ter esse poder de improviso.

KS: Qual mensagem você deixa aos novos jornalistas, que estão em começo de carreira?

REINALDO GOTTINO:  Persistir, continuar, batalhar, começar de baixo, não se preocupar, não queimar etapas. Eu comecei atendendo telefone na rádio, sorteava prêmios, aí fui ser locutor. Não virei apresentador de televisão do dia para noite. Fui ser repórter na televisão, fui fazendo muitas outras coisas que são bem interessantes. Nunca desistam, continuem sempre.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Hamilton, o comandante dos ares

Foto de Hamilton Rocha - Oficial
Pioneiro em reportagens aéreas, Hamilton Alves da Rocha, conhecido como Comandante Hamilton (57), cresceu sonhando em voar. Criativo e ousado, começou fazendo passeios panorâmicos de helicóptero por cidades do interior e capital paulista, época em que conheceu o apresentador Augusto Liberato, que o convidou para lançar paraquedinhas em um programa que estrearia no SBT, o Domingo Legal.
    O helicóptero era um dos responsáveis pelos maiores picos de audiência do dominical. Para dar credibilidade e eficiência ao serviço prestado à sociedade, Hamilton, que já trabalhou nas principais emissoras do Brasil, como o próprio SBT, Rede Bandeirantes, Rede TV, onde apresentou o "Viva Ação", se formou em jornalismo. Atualmente, o piloto de helicóptero e jornalista, com sua mini estação aérea de TV, atua na Rede Record e dedica parte do seu tempo e experiência em projetos educativos.

Karen Salvador: Você sempre sonhou em ser piloto?

CMTE HAMILTON: Sim, desde pequeno.

KS: Quando você teve o primeiro contato com aviação? como foi?

CMTE HAMILTON:  Tentei desde os 15 anos, mas era muito pobre, não tinha acesso. Só consegui depois dos 23 anos de idade. Comecei pensando em ser piloto de avião. Mas após um voo de helicóptero como acompanhante para levar um Papai Noel, senti que era piloto de helicóptero o meu destino.

KS: Quais as dificuldades enfrentadas para realização do seu sonho?

CMTE HAMILTON: A maior dificuldade foi o custo da formação de um piloto. Mas como sempre tive na mente que nada segura uma pessoa determinada e bem intencionada, mantive o meu princípio e consegui.

KS: Como surgiu a ideia de ser repórter aéreo na TV?

CMTE HAMILTON: Começou atendendo emissoras de TV, a maioria dos repórteres tinham medo de voar, e eu que passava o que eles falavam. Resolvi fazer Jornalismo para atender melhor o trabalho. Aconteceu com naturalidade, uma consequência do meu trabalho para TV.

KS: Mesmo já trabalhando como repórter aéreo na televisão, você optou por se graduar em jornalismo. Qual a importância desse passo na sua vida profissional? Você é a favor do diploma para jornalistas?

CMTE HAMILTON: O diploma e pós graduação deveria ser exigido para um profissional de notícias, o jornalista é muito importante em nossa sociedade, sempre foi. Exigem diplomas para muitas atividades, deveria ser exigido para jornalista também. Fiz jornalismo porque acho importante fazer o melhor sempre. A busca pelo melhor é que nos faz ser um bom profissional.

KS: Você realiza um trabalho educacional voltado para as crianças, como é esse projeto?


CMTE HAMILTON: As crianças são o futuro, são o brasileiro de amanhã, só teremos um grande país se investirmos na educação de nossas crianças, temos que prepara-los para serem melhores possíveis e isso só se faz com educação. O meu projeto é minha forma de ajudar, são várias revistas em quadrinhos com temas de cidadania e educação ambiental, essas revistas são distribuídas de forma gratuita durante visitas e palestras em escolas.

KS: O uniforme que usa para trabalho é criação sua, e se tornou marca registrada. Por que decidiu criar um uniforme exclusivo? O que ele tem de diferente? É uma forma de tornar a sua imagem única?

CMTE HAMILTON: O uniforme significa disciplina, é o que preciso junto com princípios de segurança aeronáutica para realizar o meu trabalho. A cor é para facilitar o ajustes de câmeras na TV, cores claras como o branco por exemplo não é o ideal para TV. Criei o uniforme para facilitar o meu trabalho e do diretor de imagem.

KS: Gostaria de deixar uma mensagem para os jovens que sonham com uma carreira brilhante como a sua?


CMTE HAMILTON: O mais importante é ter certeza do que deseja ser, cada um nasce com uma habilidade nata e uma vocação na vida, quanto mais rápido descobri-la melhor. O resto é determinação e trabalho.